terça-feira, abril 23, 2019

"Sentença"


A sentença é esta
Está dada.
Sempre esteve.
Basta "ler"

Não há dúvidas
E vede….
As motivações
Os interesses
O que move!
O resto, é sempre o resto!
O passado
As referências
As raízes têm ecos
Em nós!
todos os dias
a todos os instantes

E o sangue do sangue
O que jorra
em corrente sanguínea
grita mais alto
Os vícios apegam-se
Entranham-se
E sem Dizeres o
Que nunca disseste
ficará sempre
Por fazer, para melhor
O que vier.

e existe futuro?

Não existe futuro.
Deslumbrante é o futuro
E enganador e sedutor

A derradeira jornada
é encantar,
nunca se sabe
Do que nunca se vê.
As perguntas 
São sempre as erradas


E as respostas
As certas,
moram em cada um
Nas pequenas linhas
do rosto através de esgares
às vezes fogem,
escapolem!
E conseguem ler-se!

Julga-se que é o futuro,
Existe O hoje,
E apenas isso!

Somente
Não o compreendemos.
É como o agrado,
Sabemos só…
Que o queremos,
mesmo quando não
O temos!

É o que não vemos
É o que não tocamos
É ...
O que é tanto que julgamos saber
Na nossa pequenez.

Quando amamos, estamos em perigo
Porque nos inquieta
Porque nos perturba!

É impossível esquecer.
Nem tudo …
sempre depende de nós
Há quem não consiga estar
com quem ama
Não consiga amar
com quem está..

Tudo o que o rodeia
De aspeto amoroso
sem rede
é hipótese
é conjetura
não se sabe
não se vive..
E quer-se o que se conhece
a conquista
o conhecimento
a particularidade
aos olhos de um purista
são elementos essenciais
à sua sobrevivência.

É a oposição à mudança
handicap que vence
não deixa caminhar
e deixamos de ser:
O conforto é a segurança
A segurança é o conforto
Se o conforto é seguro
qual o motivo
de empatar, de dominar,
Ludibriar situações
Só para o poder ter prazer.

O poder encomenda
E a disciplina de governar
ao domínio encarna
E doma.
A sentença dada!
Basta "ler"!






Proporcionalidade

Há quem se esconda e chame aos seus problemas por resolver, de proporcionais, sendo que é uma questão de proporcionalidade relacioná-los com os problemas que se passam no resto do mundo.

Como se se pudesse comparar por vários e diferentes motivos como a fome, a pobreza, a guerra, a violência quando são outro tipo de problemas.  Certo que são graves,  no entanto, não se podem incluir no mesmo saco.

Nem posso afirmar e querer pensar que toda a gente tem a mesma perspectiva e veja da mesma maneira.

Assim,  ninguém resolvia os seus problemas pessoais. Toda a gente ficava refém deles. E não se avançava na vida. Não se avançava no mundo.  Feliz ou infelizmente a vida acontece. O mundo acontece.

A resolução dos problemas de cada um são encarados na medida da sua coragem, da sua vivência e da sua capacidade de os querer resolver, i.e. em cada indivíduo. E se têm ou não a devida  importância para a sua vida. Ou se a sua vida depende disso. Ou se isso acrescenta algo de tal forma que a completa.  Essa é a grande verdade dentro de cada um.

Não se pode desculpar a sua não solução com o facto de se invocar a proporcionalidade dos outros problemas e tão mais graves.
Isso surge como uma tentativa de desvio de atenção para não se resolver os nossos.
Claro que não se pode nem se deve descurar os verdadeiros problemas do mundo. Como a fome e a guerra e os desastres naturais, mas só os invocamos numa situação destas para justificar a falta de solução dos nossos.
Pois fica bem importarmo-nos, no entanto, nenhuma ou pouca gente faz, verdadeiramente, algo para que eles diminuam. Simplesmente, parece bem fazer-se notar aos outros, importarmo-nos com isso.

Mas importarmo-nos com isso, verdadeiramente, e que faça a diferença, contam-se pelos dedos.
Ninguém consegue admitir  a expiação dos seus erros e pecados.

E por piores que eles sejam em detrimento dos nossos, se os relativizamos é porque não são assim tão importantes.
É porque conseguimos conviver com eles, é porque não nos incomodam, é porque a nossa sobrevivência não depende deles, e jamais queremos resolvê -los.
E como tal não são problemas. São apenas questões simples que fazem parte da história e que são pequeninas e obscenas.
A importância é diretamente proporcional à relativização que lhes damos.

quinta-feira, abril 11, 2019

Livre




Ama-me quando te sentires livre
Podem vir mil amores
Mas é pelo teu que espero

Ou então não ames
Não abraces
não escrevas
Lembra só do que te disse
E viverá para sempre

Dói, doeu tanto
Doerá sempre
E se o único remédio
É deixar doer e,
Dói ainda mais hoje
Deixarei que deixe doer
Até que deixes de me ficar ...

Ou podes ficar-me para sempre


Mas acreditas???
Voltei…
E para te escutar 
Estou aqui para ti
Nunca deixei de estar
Nunca me fui embora!
Ficarei …
Se me quiseres
Com a tua verdade
confiarei

Só te peço…
sem mentiras.

Gosto de quem sabe onde me quer
E se não sabes sequer
Não uses mais conversa
E se for bem feita em diante
Tudo compensa o que para a frente vier

Não quero procurar alguém
Que não me espere
Nem que me não queira
Não me interessa saber 
De que modo.
E
Se me fazes sentir Mulher
Se me provocas desassossego
se pulo, se choro, se rio,
se te chamo para mim  
ou se grito sem rede:
Amo-te, sempre te amei.
És uma extensão de mim…
Amo-te no sossego à noite e na manhã agitada
Na ausência e na mente acompanhas-me sempre!
Amo-te de longe… e ainda és parte de mim!
Disse-to poucas vezes, eu sei!
E posso ter fugido de ti
Mas voltei só
Para te dizer que ainda te amo

Tens medo. Não tenhas.

Lembras-te:
Sem autorização e do nada
À minha vida me ataste.
De propósito ou não,
Bastou o meu coração por ti perdido.
Fizeste-me conhecer o teu mundo,
E tentei unir forças, armas e defesas.
Sem saber como, já eras a outra metade
A que me faltava.
Fizeste-me fazer todas as coisas que sem ti não faria.

Ontem, capazes de ir à guerra.
Hoje, sem coragem para dar um só passo.
Com os olhos, os dedos finos, e sempre de novo as palavras.
Já quis deixar de ser eu

Amanhã, o abraço sem braços bastantes.
Hoje, um sorriso.
Hoje, um abraço quente.
Hoje, a felicidade nos teus olhos.
Amanhã, feminina, imperativa, eloquente para ti.

Era esse o nosso medo,
E continuo a ouvir-te no silêncio.




terça-feira, abril 02, 2019

Sei-o

 

 Se te digo o que quero
Ao dizer o que não quero
Não sabes que te quero???

Se te afastei ...
E tu ainda me sabes aqui
Porque foges se o sabes?
Sabes que te quero
Não te quero, se me foges.

Não sabes se te amo
E eu sei se me amas?
Fugiremos um do outro?
Quando o nosso amor nos sabe
E o queremos aqui...

Acreditas em nós,
em meros, em acasos?
Soa que não por aqui ...

Mas sabes que te vi....
E mais uma vez me perdi...
E a década que estive sem ti
Só te quis que te perdesses
E me tivesses em ti

O pior foi: o eu te olhar
O universo brinca, testa e
Prega partidas
Não se tem em preguiçoso
Nunca dorme e
Atinge certeiro a alma!
fez-me relembrar-te,
De nunca me saíste
e o restante alinhamento
Às almas coube!

Sei que te estou no coração,
Sei que nunca de lá saí,
Sei que na ausência,
e que me soube a uma década
É o tempo que me diz!

E ele também me diz que
A aceitação e o resignar em ti,
Foi o Te respeitares
E não o lutares por mim

Crês no que se passou?
Só impávido te senti
nunca contrariado, te vi
Nem te li
Ou te ouvi dizer que sim
Que me querias para ti.


 

terça-feira, março 26, 2019



É neste espaço.
Tornou-se o único,
onde te encontro
Perto de mim!

É onde te falo
Sobre nós
É ...
Cantinho é segredo
Não há culpas
Não há julgamentos
Não há zangas
Há saudades
Sobrepostas e
Tantas e ardem
Como os beijos
Que chamam por nós,
É apenas neste recanto
Meu e nosso
Onde peço calmamente,
Escuta-me:
Te quero junto a mim
Apenas dizer-te quase tudo.

Foi sem querer que:
Te amei,
Se foste meu, não sei!
Me apercebi
Que viver na tua ausência,
Mal ou bem sobrevivi!

Ainda me sei,
Emaranhada em
Palpitações
transformadas emergentes
Perguntas e respostas
Desisti
Provas e provas
Nunca tive certezas
Duvidei de mim
Não mudei para ti
Nem tão pouco te busquei
Voltei atrás!

Através de ti
Via o meu fim
De te saber sempre
que te quis

É neste cantinho
que te digo quase tudo!





segunda-feira, março 25, 2019



Sempre o medo
O medo de ti
Dos outros
Dos mesmos...

Sempre o medo
O medo de eu te ficar
Tudo depende do medo
HOJE, fui um acaso!

O medo de tu me ficares
O medo de tanto,
O medo de muito, O medo!

A que sabe o medo da vontade
Aquele que promete desforra 
Só sabes que do medo não tens medo
E da coragem, tens medo que te apanhe!

É sempre o bom do medo
Ele te equilibra
O que te diz: o que fazer a seguir!
E que não te faz cair.
Cair era perderes-te!

Pões-te a adivinhar o que virá
É só o que interessa
Saber,
Gostas de saber
E mais é mais. ...
O que interessa não é sentir
É guardar que o sentes
Mesmo que o medo te encante e
Te sorva e te enleie...

Sentes alegria
por me saberes lá
Semeas a dúvida em mim...
Percebes que o encanto existe
Sentes controle por te lembrar
O que de bom aconteceu....
Mas é sempre o medo!

Esse foi o teu melhor objectivo
Tu ficares-me para sempre
Assim, sem ti!
Mas o medo cuida de ti
Afinal o que é o medo em ti?
É sempre o medo...
Ele que te salva de mim
O bom do medo!




sexta-feira, março 22, 2019

Diálogos


Ao teu modo banalizas
Palavras,
Transformadas em falas
Sempre jeitos iguais, eles te protegem
E perpetuam-se, são a tua arte.
Apoderam-se de ti e
Inabalável te fazem sentir
O banal, hoje, em ti
É porto seguro.

Derrubar a muralha
Do que és! Nunca!
O que fomos, afinal?
O que ainda somos?
Já não sei!
Algo no meio de tantos!

Intrinsecamente,
necessidade vital, é isso
Que te ampara
Vives mentirosamente
Como se o mundo te aprovasse!

Escondes quem és
A quem te lê e te sabe ler
Pensas dominar…
Deixámos de desconstruir
Eram Os nossos modos

Tentas mostrar
Que a tua voz testemunha
E letradas e doutas, aquelas
quão te aprouver ao mundo

Mais um dia,
Mais um Sol
Mais uma Lua Cheia
E mais uma noite
Que se torna invisível,
nenhum osculo nem vislumbre!

Carece em ti a alma de poeta,
Nunca a terás!
Os poetas sonham, sim! Dirias tu!
Ao que replico: Também amam!

A alma tem fome,
sente medo
E da circunstância se farta!
Ficar-te-ei no esquecimento,
Onde a razão de ser, vivia?

És o que sabes ser
O que sempre aprendeste
O que te faz ser quem és

Tenebrosamente,
Onde para esse teu ser de coração!
Andas à “cata” do misterioso
Por um fascínio
Que se disfarça no tempo
Que teima em não alterar
Tudo que relativizas,
Tornas-te e torna-se mais fácil!
Os homens só entendem a guerra, a paz confunde-os. É como o amor. Assusta-os.

A felicidade do sentimento assusta a quem não o reconhece
E a quem nunca o soube “desconfortável”,
Escolhe o exilio do que conhece,
à razão de si próprio!











terça-feira, março 19, 2019

Morte – Parte II




 

Certa manhã,

Compreendi que fraquejei

Até no som da saudade

A satisfação  

Ao segundo é combustão

E vinga-se e passeia

E ri-se soberana nas rotinas,

nem O sol espreita!

 

Os prantos, esses demoram

A agonia não perdoa,

E perturba lentamente,

E os meses me ganham,

Devagar…

E Saúdam veementes!

 

De que o sono nunca fora sublime

Esgota e seca

A luz esvai-se,

E nefasta

não tem prazo

E nas carências,

encontro o princípio do final

Mas se morresse!

 

Se eu morresse amanhã,

Só te deixaria as palavras:

Em cartas de amor

Desgostosas e erradas

Ou não, porém

Seriam de ti,

E, junto à corrente que

Constantemente me arranca,

Apenas na bela tristeza

Reconhecia-nos na música

E quão a partilhámos,

 

O vento continuaria a soprar

E as folhas continuariam a cair

No outono, ou outra estação do ano

E as ruas continuariam sem nome

 

Sim

Se eu morresse amanhã,

Escreveria um poema triste

E belo como tu

E apenas na sua tristeza,

O amor que disponho,

E que admito, fracassei:

Poria beleza em teu nome

Por mim, escrito

Nas ruas que nunca tiveram nome!

Morte - Parte I







É necessário que faleças


Em mim


A mim que me persegues


E que me lês …


Como uma questão proporcional


E relativizas tudo o que sou…


(com o resto do mundo)


Eu pereci ontem


Encerro hoje e falecerei amanhã


 


E se este perecer


Imperar na coragem


em te esquecer,


poderei sobreviver à formosura?


Aguardo que as cores, que o aroma


e que os cheiros do estio


Possam esconder e vencer


Este despotismo.


 


A menos que este bem querer


De te amar devagar


Me destrua de vez


E em tinta e em negro me guarde!


 


Esta cisma de amar distante


E de ver que não te vejo


Consome o meu amor


É um amar viajante


E cego, rouba-me o


Sossego


É onde eu me morro de amor


De te querer!

domingo, março 17, 2019

I'll never love again


Wish I could, I could've said goodbye
I would've said what I wanted to
Maybe even cried for you
If I knew it would be the last time
I would've broke my heart in two
Tryin' to save a part of you

Don't wanna feel another touch
Don't wanna start another fire
Don't wanna know another kiss
No other name falling off my lips
Don't wanna give my heart away
To another stranger
Or let another day begin
Won't even let the sunlight in
No, I'll never love again
I'll never love again, oh, oh, oh, oh

When we first met
I never thought that I would fall
I never thought that I'd find myself
Lying in your arms
And I want to pretend that it's not true
Oh baby, that you're gone
'Cause my world keeps turning, and turning, and turning
And I'm not moving on

Don't wanna…

                                                   LG

domingo, março 03, 2019

Corpo da alma

Posso enganar o corpo com outra pele, mas não o coração com outra alma!


No teu deserto


Encontro-te
A impunidade vence
A justiça divina não se manifesta
Por onde andas que foges de mim
A toda a hora

Assim como os acidentes naturais surgem.
E sem te esperar
Eu saí de ti, chegada a hora
A história sem o ser, findara.
Es o meu deserto.

Escondido era onde querias estar 
Era escape com jeito
Fosse o que fosse.
Afinal não era Amor!

À atenção conheci-te desatenta!
Por entre juntos carcomidos

De rios de sofrimento
O início de algo, e distrações foram
saindo de mim e finalmente
Entendi. Nao podias amar!

Eras como arma de arremesso
Que me deitava sem forças,
Força que eu perdera ....e
 isso importava
Eu importava e era significante
No teu mural universal
Em que te aprazia dominar
Similares palavras, vozes e ecos que feriam,
Eu que te ouvia com verdade
Comecei a amar-te
A quem nunca prendi
A quem deu um salto livre
A quem se quis a teu favor
A quem te amou desesperadamente
A quem te compreendeu.
Afinal precisavas de alguém
Para te escutares somente a ti

Será que vês
Ou só metade do queres ver
E rever ou reverter em prol de ti
Todos os dias, és um erro crasso
Que atinges os fracos
E aqui só os fracos amam.

Que amor é esse que vive
No choro, no chão, no ardor da alma
e que ainda me deixa sem paz

E aos fortes, estes queixam-se
De mentiras ,ou de verdades inventadas
E aos que não têm forma
dizem que o amor é injusto

Eu amo sem ti
E amo sem nunca mais te poder amar

O fim deixa-nos sem palavras
Qualquer que seja o fim
Algumas verdades demoram
o seu tempo
E um dia apanham-te!

E apanham da mesma forma
Que me reconheci em ti
Chegaste perto demais.
E mais foi mais.
Nunca mais chegava e quando
Chegou, foi o final

Foi  assustador e  belo,
Nem te apercebias
Como acendias uma luz em mim,
Como fazias chegar a nós o melhor de mim.

Só tu me fazias sorrir e até isso
Me levaste

Mas o amor não faz sentido
para quem está de fora.
Para quem nunca o conheceu.
Afinal estavas de fora.
Afinal amo sem ti
Amo-te na perda.
És o meu deserto!


quinta-feira, fevereiro 14, 2019

Metamorfose


Acidentalmente, encontrei memórias!
Pulei da cadeira, exclamei agoiros
e o meu coração galgou
Que nem um galgo insensato!
Mais do que é possível?
Ainda soam inconvenientes
As surpresas indevidas,
do que é suposto ser “acidente”!
Sempre tento desviar estas ocorrências!
 
Imprudência é o que me ocorre pensar
Cautelosamente, limpo o que surge vagueando …
Em resquícios de informação digital …
O resultado ímpar de um descuido, faz a diferença…
Vestígios perdidos algures em gavetas, ou armários,
Notas, piadas e rascunhos e risos rabiscados
Nalgum pedaço de papel achado
Lembranças perigosas!
Que me fazem perder…
Perdida dos outros, em redor, de TUDO!
Sons céticos e extemporâneos pairam
Sistematicamente,  
surgem algures quão tombos instigam
Em frases ou expressões mormente se contemplarão
Em sintonia? Nunca mais!
Nem a escrita me salva.
 
Tal ferocidade és que empobrece e devastas
O que o Pouco ainda mantém de pé!
Enquanto a vida desaparece de mim…
 
A vida aconteceu e
a alma viveu
e o espírito acelerou quando o tempo deixou e foi mestre 
Hoje, sobra a apatia para me lembrar…
 
 
Tento encobrir emoções,
Amparo algumas
Deixo-as sentadas a um canto,
Constantemente repousam amorfas.
Fujo delas!
Finjo que não as identifico!
Um estado de dormência crónica!
Imóveis, devem permanecer
Certamente “imperfeição” necessária!
Diria alguém que não sabe o acontecido!
Assusta a forma que deve (de) ser, a natural
 em intrínseca repressão.
E, o Ser que já foi meu,
o que a verdade ajusta à autenticidade
acelera e vai…
registando e transformando jocosamente a essência!
EM alguém que habita em mim, que não conheço.
Essa impressão é inabalável!
 
A mente detém o poder e
Vai criando tantos papéis.
E nunca senti tamanhos e diferentes…
E atuam anuindo e, ao recetor adequo-me e se…
experimento tantos!
Só sei que me esgota,
E recomeço este vicio, uma total degradação!
A cada dia e a cada noite, construo-as e desfaço-as
Não passam de pensamentos solitários.
Pelo meio, esgares de melancolia,
De tristeza, e de choro!
De irritação e de rebelião
De expetativas cruéis, e de inutilidade!
Inútil rebeldia!
 
Estará a querer renascer?
Finalmente é chegado o momento
Percurso que deve ser limpo!
Atulhado de manias, fábulas e fingimentos e hipocrisias
Sobre o acontecido, seguro o grito
É um clamor surdo, ergue-se do vazio, de um
“caminhar sem sentido”
De um trautear até à vigésima quarta hora
E volta no dia seguinte
à cata de ofensas remoídas e rebuscadas e
só vejo nódoas misturadas com Amor, juras ou
ou promessas tão negras!
 
Inação e In bravura versus
sábias e manipuladoras galhofas
Para alcançar o fim que não vi, o esperado
Quando é que tem fim, este fim?? 
Chegado o desfecho que tu queres!
Desconheço-o… e é o que não quero saber!
Não o quero saber. Nunca o quis saber,
Apenas conheço o que senti! Mais um cabeçalho, era!
Neste momento, nada é Nada!
 
Aprendi a ver o Impossível
Instrui a alma a encontrar-se com a dor
Aprendi a existir impassível
E escolho, o não me permitir a sentir mais nada!
Os desenganos permanecem na última “narrativa”
A que envolvia luz e magia
A realidade do que se é e do quão se sente…
- “És tu!” Sim. Sou eu!
Onde é que andas? Eu?
Perdi-me perdidamente em ti
És O meu erro, O meu sem retorno, O meu desazo.
Eu contemplo-me de fora, e assisto:
Que te perdeste. Que te desperdiçaste.
Que te esbanjaste. Forçaste o tempo a dar-te atenção!
Percebes que não queres o fim… queres que o tempo te agarre
Queres que te apanhe…te console … e te diga que nada aconteceu!
Nem te consigo salvar de ti própria
 
Será que há um momento em que percebemos a complexidade dos acasos?
A urgência do que nos faz sentido? A Vida, no fundo!
Ou das palavras que nos saem sem pensadas
Ou que se tornam arrependidas, ou lamentáveis ações que se desvinculam
Quando seduzimos a tentativa de esquecermos alguém???
A necessidade advém do pavor do que não conseguimos esquecer.
Afinal o que se tenciona fazer depois
Abandonar a mágoa.
Tendencialmente, largar o milagre,
 o que se metamorfoseia em pesadelo
Todos os dias, sou a metamorfose de mim própria

terça-feira, fevereiro 12, 2019

Veda-te órgão monstruoso que és


As lembranças queimam
Traem e enganam e devastam…
Nem sobejam os vigores, as robustezes!
Simplesmente és o intento da mente,
A estória germinou, e inventas
E crias, e compões, e constróis …

Nada!
Nem o Nada se transforma em significado,
Era leal e generoso
De qualquer enredo com desfecho justo.
Tudo perdeu o que é seu…
Não há sentido, não há escândalo,
Não há absolvições …
Não há indignação, não há escolha
Não há preceito, NADA.
És só Tu emaranhada em omissões 
Em hesitações, medos e palermices
De algo que brotou imaturo…
E esvai-se… como se o alter-ego se esvaziasse
Em insignificâncias que se ficaram em palavras!
Tornas-te alerta, até na dúvida reincidente
Na dor que atravessa verdades tão nítidas
… que nunca quiseste ver!!

Perdeste-te em pormenores desperdiçados, 
Juízos alvoroçados recordam-se de ti..
Do fim, do seu fim…
Tentas fartar os dias que não te largam
O que levas deles…
Razões e dias sem NADA

Tempo és esbanjador, gastas o teu tempo
Em tempo de outrem…
A alma sã? Não há salubridade
Apenas se revê nesta alma enferma
Engodos, Iscos, Chamarizes, Atrativos 
Contos engendrados, e espremidos
Não possuem… NADA!
Só pesar!
Angústia e desgosto…  
Finalmente, se exibem ….
e “abocanham”.
Destapam o Véu…
Continuamente fusco, basso e sujo
Nunca alumiado e cintilante
Sempre com tonalidades enganosas,
Ias respirando, ias respeitando …
Olhando a luz um pouco enegrecida,
Faltou-te sempre olhar a realidade,
Olhar o facto,
O acontecimento,
e és assim: indubitavelmente vendada…
como se a vida te vendasse os olhos!
Sempre olhaste o mundo com o coração!
Nunca dissemelhante
A tua mente ausentava-se do coração.
És PEITO e viveste sempre na essência,
e tão desligada …
E, objetivamente, o que alcançaste?
Ao cogitar, NADA
Ao refletir o sentir, contemplavas tolices
O que atentaste, racional, sobre?
O que o coração Te segredava...
E te levariam onde? a NADA
E sustentam esta narrativa, efabulando
… A alma enferma que te tornaste
Acredita, é o pior
estares doente...
E o pior ainda é destapar O choro,
Ao que não quiseste ver …
Ou o que deixaste de querer ver…
Ou o que o pestanejar não viu
O coração vê, viu e via só o que o alegrava…
Sempre ingénuo e fraco…
Irresponsável e não soube coar o essencial
Nem impede nem veda!
Vedar o coração, ninguém sabe! quem o sabe??
Veda-te órgão monstruoso que és,
Veda-te aos desventurados: aos que te veneram e acreditam que em ti
está a solução !
Sempre que ele se desloca, brinca, move,
e bombeia, Atrozmente!
Vede: crescem muralhas em mim
           Caminha coxo, emuralhado
Ela aguarda até que o desassossego volte, de novo, a ser salutar!
E aprender a recuperar para os que bem-querem
A alguém que não sou Hoje!

Outubro 2018