quarta-feira, dezembro 28, 2005

a impetuosidade do Natal

Pensando nas mensagens de Natal largadas pelos blogs, em celebração à quadra. Achei melhor não repetir.
Naquelas mensagens foleiras que se trocam pelos telemóveis sem conta. Isso fiz. Acabo por ser uma telemóvel-dependente. E no dinheirão que flui sem parar, pelos vistos também aderi.
Contudo, já pensaram que, sem nos darmos conta, contribuimos para a institucionalização desta comercialização. Não concordam?
Ontem, ouvia na rádio a exorbitância de numerário que se levantou nos multibancos só no fim de semana passado. Mais de 120 mil euros. E isto, só nos multibancos. Imagino nas lojas e afins. Mais outro tanto, ou ainda mais.
Desde o tempo dos reis Magos que isto acontece. Já que foram eles os causadores destas oferendas.
Portanto, além da impetuosidade deste espirito, gasta-se desmesuradamente e por obrigação. Oferece-se qq coisa a toda a gente. Antigamente, oferecia-se só aos mais próximos. A minha avó conta-se isso muitas vezes.
Deixo aqui a minha mensagem de Natal. Sejam felizes ainda que não seja Natal. E não é necessário oferecer-se sempre qq coisa p nos sentirmos natalicios. Um bom dia ou um olá contribui sempre para a felicidade do próximo.

terça-feira, dezembro 13, 2005

De Eça tudo se disse



1845 - 1900



http://www.imultimedia.pt/museuvirtpress/ecaqueiroz/

http://www.feq.pt/

http://purl.pt/93/1/

Uma campanha alegre

Sou sincera, leio pouco. Deveria ler muito mais.
A informação é tudo e é importante. Devo confessar que me seria muito mais fácil conhecer e lidar com outro tipo de pessoas. Aprofundar os meus conhecimentos e atingir outros e diferentes horizontes. A capacidade e o potencial está em nós, sempre. O mais dificil é exercitar e preparar o "campo" para podermos avançar e progredir.
Pouco tem a ver com o que vou comentar, mas há coisas curiosas. Nem a propósito, ontem li um texto que não conhecia do Eça de Queirós. A campanha alegre. Geração de 1870. Despertou-me a atenção. Li e acho que tem um pouco a ver com a campanha adaptada aos nossos tempos. Senão pensem em Manuel alegre. Não se queria candidatar e acabou por fazê-lo. Talvez por força maior, por amor à camisola, por uma causa... sei lá.
Queria marcar a sua posição. Acabou por ter de ser candidato, pela exigência de grande parte da população socialista ou afecta.
O texto do Eça "Uma campanha alegre" só vem revelar a peixeirada que se adapta e coaduna aos nossos tempos. Tenho pena de não ter encontrado esse texto nalgum site. Deixa-lo-ia para relerem ou para quem não conhece. Mas não encontrei.

http://www.releituras.com/equeiroz_menu.asp

segunda-feira, dezembro 12, 2005


Nunca se fala das mãos.
Elas dizem tanto e tão pouco.
Elas, falam de nós.
Elas também, fazem por nós.
Elas traçam percursos que só, aos entendidos, deixam ler.

Revestidas por pele, nervos e veias elas exprimem a nossa personalidade.
confere-lhes o poder delicado de tocar, cheirar, sentir e beber.
São felizes, não sentem culpa.
Falam, simplesmente pelo toque.
descobrem, pelo cheiro.
Abrem portas definhadas de vidas sofridas, calejadas pelo tempo.
escritas amargas de dores inesqueciveis. Algumas irreveláveis.

Outras sabem esquartejar, matar e banir.
nunca aprenderam a pintar e a esculpir.
Mas elas falam de nós.

sem nexo


quase sempre o que se diz, não tem nexo.
quase sempre o que se sente, não tem fala.

terça-feira, dezembro 06, 2005


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá a falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."


Fernando Pessoa