sexta-feira, abril 29, 2005

Como vai a nossa polícia

É uma vergonha assistir, ao q se passou ontem. Uma colega estacionou ontem a sua viatura na av. prinicipal do parque das nações. Ao fim de um dia de trabalho, para se ir embora, só lá tinha o local.

Até aqui tudo bem, digamos que, como tem havido uma guerra com a EMEL entre as Câmaras Municipais de Lisboa e de Loures, estaciona-se onde se pode até porque os parquímetros que há, não funcionam.

Além disso, esta zona está cada vez mais povoada de escritórios e não temos sitio para estacionar. Não querendo ir contra a aplicação da lei, toda a gente, se pensarmos assim, deveria ser multada. Não se passam multas, só porque se embirra com determinada viatura. E isso acontece frequentemente.

Mas a questão, é preocupante. A minha colega principiou, desta feita, uma cruzada com todos os serviços inerentes ao problema e quase sem sucesso. Sem exagero, fez dezenas de telefonemas. O único lado positivo desta estória, é que se fica com todos os contactos, para uma eventual repetição.
Começou pelos serviços de reboque, polícia municipal, divisão de trânsito, PSP local e ninguém sabia da dita viatura. Não se entende como é que não há - ou se há é muito pouco - cruzamento de informação entre os vários parques de reboque e os diversos serviços que tratam destes assuntos.

Depois soube-se que o parque do Campo Grande - se não me falha a memória - não tem telefone, e ontem houve futebol. Como eles se comunicam por rádio, era impossível saber, naquela altura, daquela informação. Ela tinha de esperar que o jogo acabasse. Os rádios estavam ocupados só para aquilo.
E não se criam alternativas? Os rebocados em dias de futebol, estão bem arranjados, têm de esperar pelo dia seguinte para saber do carro. Isto de facto, merecia ir à DECO. Portanto, a minha colega às 21.00 ainda não sabia da viatura. Até hoje não sei o que se passou. Hoje, ainda não veio trabalhar.
E assim corre o nosso País.

quarta-feira, abril 27, 2005

Qual quê

Image hosted by TinyPic.com


Quanta poesia se perde pelos trilhos de cada dia.

Somos figurantes e figurinos das nossas próprias locuções.
Plateias dos nossos trechos, certezas únicas transformadas em letras que se vão esbatendo na insignificância, na desilusão, na inoportunidade, no desencanto do tempo.

Qual quê: o que nos é fadado, o que temos espetado no corpo desde que nascemos, desde que somos gente, desde que nos conhecemos, desde que nos conhecem.

Esperam um cumprimento de regras, falsas anuências, verdadeiras asperezas, incongruências, obliquidades e formatações despropositadas.


sensibilidade à flor da pele

Image hosted by TinyPic.com


Há sempre filmes que nos comovem, verdadeiramente. Os que nos marcam de uma forma negativa ou positiva, por ter uma ou outra cena, comovente ou chocante. Alguns deles são um marco na história do cinema. E o "Cinema Paraíso" é um deles.

Ultimamente, tenho tido a oportunidade de ver outros filmes bons, e também europeus, que não conhecia. Já tinha ouvido falar deles, mas nunca tinha conseguido vê-los. Um grande feitio ter comprado um DVD, para aderir às novas tecnologias, e enriquecer cinematograficamente.

Este "Cinema Paraíso" de Giuseppe Tornatore é uma verdadeira reliquia. Já o vi quatro vezes e choro sempre. Principalmente com o final. É um, dos finais mais mágicos e perfeitos.
A cena dos beijos é uma cena tão bem conseguida, e com a música esplêndida do Ennio Morricone que é impossível ficar indiferente. Permanece no Top 10 dos meus preferidos.
Não nos podemos esquecer de Philippe Noiret, magnífico actor com um historial de invejar. "La grande Bouffe"; "O carteiro de Pablo Neruda"; "la Vie en Chateau", com Catherine Deneuve. Lembro-me destes. Porque os vi.

terça-feira, abril 26, 2005

Há sempre alguém que nos faz falta

Ilustres visitantes, vejo-os tão pouco. Poucos, é o que são, ou, quase, nenhuns. Não será a mesma coisa? Qualquer dia, serei a única. Não me maça. Achei relevante falar sobre, por ser um blog que reflecte, sobretudo, de emoções. Disparates, é o que é! Dir-me-iam, vocês!
São palavras tão intimas que partilho, e sem razão de ser, a um espaço que se entende como um diário, que não é, e visto ser algo a que tanta gente tem acesso. Bull sheet! It´s true, but it´s only our sense. The meaning of life. Don´t you think so?
O que de mais básico existe em nós, torna-nos tolos? É isso?
E para quê? Se pudemos evitar, qual é a recompensa ao expormo-nos a quem não nos merece. Se pudemos aniquiliar, de início, o que ainda não aconteceu. E pode ser terrível, castrador. E para toda a vida. Melhor será nem falarmos sobre o assunto. Vivemos despreocupados, desatentos, e a vida passa-nos ao lado. Tão bom seria, sentirmos absolutamente nada. Uma amiga dizia-me muitas vezes que a ignorância é um estado de graça. E não é? Dá jeito. Basta!
Mas eu cá por mim, quero sempre mais, quero escapar à rotina dos dias.
Toda a minha vida quis sempre mais. Espero sempre mais de alguém que me faz falta...
Mas quem eu quero está sempre tao longe de mim. Longe dos sonhos que procuro.

simplicidade frágil

Solidão. Fragilidade desacompanhada. Escape desatinado. Foleirice ajustada. Desequilíbrio. O que é ser normal? O que é ser simples. Frágil. Insignificante. Perceber a incompreensão que fazemos constar aos outros.
Ou é a felicidade que não dá tréguas. Viaja por nós e, larga bocados de estórias daqui e dali.
Expele ausência de tudo e nada. Não pedes muito. Nem tens de ser modelo.
Só reclamas por um afago. Desejo-te um excelente dia. Podias tapar-me as costas com aquele xaile. Lembra-me de ti. Podia tapar-te as pernas, a janela está ligeiramente aberta. Sentes frio.
Podias arredar-me o cabelo para trás da orelha, ou é-te dificil.
Não insisto, mas sabia-me bem tocares-me no queixo. Não te dá jeito, ou és tímido ou não queres que te leia a alma, mas se me contares uma estória, dormirei muito melhor.
Queres que te puxe a roupa para cima? Prometo que dormirei como um bébe.
Não tens de ser sensual, se é essa a dificuldade, sê carinhoso. Podias?!! Podias!!? Tantos podias... Queres mesmo? Publica as tuas vivências em meu corpo, musicaliza o que te faz feliz. Pega num lápis. Podias desenhar claves, e o mar. Não te esqueças das planicies, montanhas e jardins cheios de pétalas e folhas a cair. Sinto-as a cair em meu ventre.
Não tens que me beijar. Passo, ao de leve, os meus dedos esguios pelos teus ombros, e soltas um gemido, como se a alça do meu soutien se quisesse soltar. Revoltas a minha pele suave. Transformas num dia comum horas que não quero esquecer. Fazes significar um dia de cada vez. Amanhã poder-me-ias sussurrar: "Quão bom é ter-te a meu lado."
Beijo-te na testa e levas a frágil lembrança do que quero esquecer.

quarta-feira, abril 20, 2005

Guillotine...

Na semana passada foi cartaz, uma performance em co-produção com um grupo de alunas de 13 a 15 de Abril de 2005 na Sala 108, pelo Departamento de Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema.

apresenta

GUILLOTINE

Sinopse Num mundo onde as pessoas são até ao pescoço, são até onde se podem encharcar de enjoo...
Resta o som cortante da lâmina.

Com texto de Andreia Farinha
Interpretação Mia Farr Tatiana Nozes Pires
Cenografia Andreia Farinha
Figurinos e Caracterização Carla Ferreira Rita Guerreiro
Encenação do colectivo

Gostei da performance. Considero o texto bastante agressivo e sofredor. Capaz dos nossos dias e perfeitamente aceitável e compreensível. Não podia ser mais apelativo social e moralmente. Os valores que se perdem num nicho de regras que temos de seguir e aplicar.
A liberdade de ser o que se é. Esta foi a leitura que fiz da performance.
A depressão comum, que nos leva muitas vezes ao suicidio. A insatisfação e a solidão.
Achei muito original a forma como o público se posicionou. Alguns sentados em cadeiras, outros no chão. A parte interessante é que todos tinhamos de enfiar literalmente a cabeça num pano que estava suspenso nas extremidades da sala. Só se viam as nossas cabeças. Dai Guillotine.

Beijo
Parabéns à Andreia

segunda-feira, abril 18, 2005

...ainda Rebecca II

Image hosted by TinyPic.com

Mais...Rebecca

Image hosted by TinyPic.com

...ainda Rebecca

Image hosted by TinyPic.com

Rebecca Horn

http://www.the-artists.org/ArtistView


Por acaso, e estas coisas acontecem mesmo, por acaso. Não estava à espera de ver nenhuma exposição no domingo, após o almoço de anos do meu Pai, abalei-me com o meu primo a caminho do CCB para ver uma exposição de Rebecca Horn, que por acaso, terminava ontem.

Artista plástica alemã mostra maravilhas na arte do engenho escultural. Muito engraçado e diferente. Para os mais leigos, que é o meu caso, surpreendeu-me bastante. Para os estudantes de arte e design - que é o caso do meu primo - Rebecca é uma referência sem deixar passar em branco. Tem peças fabulosas e vê o mundo com sensibilidade sob várias formas, geometricamente abstractas e, à primeira vista, sem sentido. Mas tem sentido e tudo encaixa sob o ponto de vista da origem da vida. Ela trabalha, essencialmente, com ferro, metais, grafite, carmagniano, vidro. Há também uma grande capacidade de a música se conseguir entranhar nas performances que trouxe a conhecer.

Olhares









http://www.olhares.com/utilizadores/detalhes.php?id=10164

o tempo urge, talvez, porque o contamos.
só o sabemos, do que mora no relógio.
as alegrias e as tristezas, as amarguras e os prantos
coniventes, viram traços obscuros.

Pode ser essa linha solta de fragrâncias,
que resvala nos meandros da mente intelectual,
insurge incapaz, insensata,
embebe-nos de insatisfação.

o tempo urge, agarra o espectro de alguém
e planeia a morte do futuro, desconcerta
a democracia tola do tempo de outrem.

O tempo urge à noite,
de manhã, e um dia assim finda,
talvez queira escapar entre mãos e corpos
Daqueles que o abandonam.

o tempo urge entre pedaços de nós,
vagueiam, emparvecem, reprimem,
e outros fragmentos deambulam,
neste rol teimoso que ninguém compreende,
é a ligeira leviandade.

O tempo urge, abre a cortina
sustenta-se na indestrutibilidade da vida
E o tempo urge
Ao que se presta.




quarta-feira, abril 13, 2005

Sossego

Image hosted by TinyPic.com
Se o passado, simplesmente, se incumbisse de perecer.

Permanecer adormecido, talvez, mas não basta, nem calha bem.
Abandonar momentos, salvo, essências felizardas.
Distingo, nítidos, os contornos da tua alma, e como enchiam de entusiasmo o sopro do resto dos dias.
As auroras resplandeciam, as inocências mais patetas engrandeciam, em perfis, quase perfeitos, delineados aos crepúsculos mais pálidos, e autênticos jardins nasciam dentro de nós. A verdadeira pertença da felicidade. E o que aconteceu?

Em tempos que já, muito, lá vão, pedias-me só pelo olhar:
- Espera por mim, descemos juntos – planeavas e resistias à memória, súbita e lúcida, sob qualquer faísca que surgisse.

Primavera de 90 e alguns, noutros anos primaveris a chuva era rotina nas nossas horas, ininterruptas de ocasiões intermináveis.
A cumplicidade dos códigos guiavam, desimpediam e ultrapassavam atalhos, que apareciam delicados.
Verdadeiras emboscadas e travessias no deserto.

A simplicidade e a delicadeza dos passos nos uniam, e despegavam-se. Afinal, a suavidade das tuas palavras, feria-me. Verbalizavas frases inúteis e práticas em contextos pantanosos para não sumires. Completou-se o ciclo. Ao que tivemos direito. Queres contar-me o que se alterou?

Os contornos iraram-se, e o registo que tenho de ti, já é outro.
Sem querer, insiro novos códigos e registo-os, desordenadamente entre as brechas que duram. A tentativa de cura só deixa a convalescença tardia.

Fizeste-me falta. Tornaste-me clara de consciência. Completaste o teu círculo a meu lado.
Sinto desvantagem, será propositado. Sou livre, afinal.

Vejo com mais clareza e sinto o Sol, o meu Sol. Entra-me em casa todas as manhãs e rompe as cortinas e os lençóis afastando-os com doçura o orvalho dos sonhos.

A arte de desmistificar a solidão é tornando cada dia mais franco e apegado a nós próprios. Esse prodígio de abnegar às coisas negativas, e impeditivas, vivermos de bem com a nossa consciência. Conseguir um bom resultado ao estar de bem com a vida. Contigo. Comigo.

quinta-feira, abril 07, 2005

Há horas e dias

Há algum tempo que não vinha aqui. De facto não tenho tido sequer tempo para abrir o e-mail. Lembram-se dos posts anteriores, em que eu falava de polivalência. Pois, nem a propósito. A polivalência não me preocupa, já a ausência de reconhecimento, melhor ainda, o aumento da denegridade do trabalho quando é feito com afinco ou empenho, já é outra coisa. O reconhecimento não é mau, mas a falta de respeito pelo nosso trabalho é muito pior. Horrível, diria mesmo. É como se nos estivessem a dar tarefas que não nos são habituais, ainda que as saibamos fazer ou já a tenhamos feito, em tempos, mas com o intuito de as denegrir, constantemente. E por quê? Devido a preferências, a gostos pessoais, a falta de cumplicidade, a falta de - "encher o cú a dirigentes com paninhos mansos" - desculpem-me a linguagem menos própria, mas passa-se em tantos serviços. E tão próximos de nós. Deixo aqui o meu desagrado e se quiserem comentar, agradecia. Adoraria saber que, ou se têm perspectivas diferentes ou iguais à minha. Não acham que deviamos mencionar nos C.V. estas tarefas extraordinárias. Era fascinante.