Oh silêncio...
Ensurdecedor, és mais do que isso!
Destróis: - Cala-me a alma!
Nela vivem as palavras, não são mudas … ora fossem
Assumem a vida, o corpo e o som...
Que lhes apetece,
e não abandonam à vontade
Ressoam dentro de mim, dizem-me:
como a cegueira e a inércia
Da verdade…
É disparate, baseada em equívoco
E a mentira houve infindas
Desta narrativa tola que se construiu:
Romanceando, fracassámos ao objetivo!
Fabricado ou não… eu senti amor à vida!
Vida, que entrementes se olvidou!
Os vocábulos surdos ainda me ganham!
Quando surge o fim?
o que Não é ilegal no coração?
É desse que falo: Quando é que se sabe?
Quando? Tantas teses …
Quando é anunciada a sua morte?
Quando morre o “sei-te de cor”?
Toda esta panóplia de palavras
Mutilam e sabem …
Por onde ir…
Como atingir…
Sabem que o peito rebenta.
Só sei que o é, nas minhas mãos,
E durante a noite, vejo-o e
atravessam-na em branco e,
Regressa todas as manhãs!
Me dou conta pela madrugada.
Sempre que acordo e inda te olho.
Tem de ser o fim. É isto que se sente no fim?
Ou é só o fim da narrativa? ou modestamente és término!
Acredito no tempo, ele restaurar-me-á, sei-o que…
Me repõe a imagem autêntica de ti.
Fujo, até mesmo, do silêncio
Qualquer afluente que me leve à margem
Para que não me afogue!
Será que respiro aliviada, ou definho de tormento
és índole instável, e a alma também me seca ….
Aos poucos, alcançarei o outro lado.
Há um rio?
De noite e de dia, do lado onde há vida
Nesse rio, corre a esperança de eu voltar a ser eu …
Tento medir forças e não consigo, ainda, e deixo-me ir …
Espero que a maré me leve …
E aguardo neste inerte modo …
Que me revele o que não foi divulgado
Quero acreditar: que a brisa e o vento oportunos,
Eles levar-me-ão …e que me curem:
Da dor insatisfeita que não me larga!
Como é que se chega á inercia e ao silêncio?
Quanto tanto morre …
Não se anuncia, e O significado todo desensina…
Entender tudo de novo, um principiar
Tudo que é sinónimo é medo de tanto…
Dar e receber, o que temo é, de novo não saber...
Deponho-me em nada
Obrigas-me a:
Reaprender a amar e a reexistir tal como sou!
As falas silenciosas sussurram-me :
És pânico assente em pedaços de papéis rasgados,
que voam da alma, como janelas destapadas
e pedem ao coração: Sangrar até mais não….
Até mais Não poder!
Preserva um desamparo atroz, deve sangrar
E se no fim permanecer… nem ao longe, te terei
É possível que a alma, hoje:
deixe de rir, de sentir, de viver, de beber, de ver…
O tempo tornará muda esta quietude inquietadora e com fala,
A tormenta desabará e no profundo de mim,
vive cada vez mais Este calar que me
Faz fingir que a vida continua
E sim … ela prossegue crua
E terei de continuar, assim dura e impermeável
...me farei
A Ti
A todos
A tudo
Quem ocorrera a mim, em mim? O que serei eu, depois de ti?
Junho 2018
"A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível. O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais..." - Sofia de Mello Breyner Andresen,
segunda-feira, junho 25, 2018
segunda-feira, fevereiro 12, 2018
Encontro-te em sonhos
Encontro-te em sonhos
E apareces ténue
Tens medo que te veja
Escondes que me queres
Receias que o teu coração me não abandone!
Procuras um sentido? E o que diria o Mundo?!
Como esperas que ele te responda…
E as melancolias …
E a ausência …
E as lutas …
Pairam as diferenças, as dúvidas...
Os pensamentos atraiçoam-me ...
As tuas palavras não sei o que dizem …
Guardam-se de ti ...
As que vivem comigo, ajudam-me a lembrar que nunca me quiseste...
E fazer parte de ti... inadequado seria?!
“O amor não é tudo”! alguém disse
Recordo que outrora te declarava: sempre te senti...
Como o pedaço que me complementa …
senão um todo ... para viver ao lado teu!
A dor é só o choro que se torna anormal,
vai sobrevivendo e enquanto suga, brinca, é abusivo
destrói lentamente e, aparenta ter prazer
E as lágrimas caem e saúdam-me a face transformada em tristeza!
Se me iludo? Sei que sim….
Só as rugas, só o silêncio, só a saudade da tua voz, sabem que o choro
que escorre em torno de meus olhos… a ele se tornam ásperas ….
Os dias ásperos sem ti… começa a ser comum e vulgar!
Não quero ser esse ser comum …
nos dias sem ti, quero ser real, ser a existência em ti ….
O céu perde o azul, hoje é cinzento e amanhã escurece, e
Desfaz-se em cinzas
A vida perde, eu perdi….perdi-me e perdi-te para todo o sempre…
E dói, e dói, e a mágoa prolonga-se
E é a vida a exibir-se e a avisar que se demora tanto ...
No sofrimento, eu demorei-me muito…
E a paz que pensei encontrar na tua ausência…
Transforma-se hoje em sonhos…
E agitados e ansiosos …
Não me dão descanso!
Procuro-te em sonhos!
Pois neles, sei que queres saber de mim!
E hoje tenho receio de não sonhar contigo!
Pois é lá que te encontro…
É lá que te toco…
É lá que te beijo...
É lá que te peço o que quero para nós ...
É lá que te digo que te amo...
Não consigo deitar-me…
Não consigo fechar os olhos
Sinto medo que a tua imagem deixe de me velar!
Hoje sei… Sonho é o que tu és
Quero-te ver….
Neles, sou tudo para ti e és tudo para mim
quinta-feira, janeiro 11, 2018
vida Suspensa
E agora...
Há muito tempo que o é...
Conheço-me suspensa...
mas não quero, nem sequer sentir
és tempo irresoluto e, aceito.
Se te aceito, porque me agarras?
não quero, mais, sentir-me assim!
Peço para que me deixes (de sentir)!
Estes anos, semanas, e dias a fio
parecem décadas ...
E perdi o leme!
Até quando me entrego ao sono,
é desorientado, e desorientei-me de mim
E não encontro saída ...
Vagueio algures em nenhures
entre saudades e saudades!
E agora
Há muito que o é...
Ora sem destino,
vagarosamente flutuo à passagem dos dias
e, vou sendo remendo em ascensão,
numa insignificância sem fim.
Nao importa, mas importas a parte...
àquela que não controlo:
"O que sentes e o que pensas
repousa no teu âmago
nunca te enlaçaste...
E serás sempre um perdido"
Quem eras...
O que sabias...
O que conhecias..
E o que querias de mim:
sempre foi de ti,
sempre fiel ao teu oculto...
Nas tuas profundezas
jamais compreendi os ventos impetuosos,
perverteste-me, por momentos...
e deixei: levaste-me a bem, o todo que te dei
só a tua alma sabia o que eu seria ...
um alvo da tua cruzada!
finalmente...A tristeza se foi...
E estás de bem, contigo!
E agora
Há muito que o é...
tudo acontece dentro de mim ..
E neste período de cura
as tentativas espreitam, e não se fatigam ...
chamo a paz para que me acolha ...
brado até, e não dá tréguas,
a minha alma vive em ruína..
parte-se em pedaços... aos poucos
os danos transformam-se valentes,
em permanente sobressalto!
Não! A valentia será sempre minha..
E agora
Há muito que o é...
Desesperada, uno os fragmentos visíveis
para não me afundar!
sinto-me a mudar,
tal crisálida invertida
E sei que, já, não sou quem sou!
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