Meu amor, esta noite, dou-te a Lua
Dormes, repousas em teu leito
Sei o que te apoquenta,
E quero-te dar a Lua. Para que, hoje, durmas tranquilo.
Lua Azul. E tu sabes que esse Azul está cheio de amor a presentear.
Encosta-te a mim…adormece. Estou aqui ao pé de ti.
Não sabes que te escrevo, no entanto…Quero dizer-te…
Esta noite ocupas este pequeno espaço de palavras que escrevo em tua homenagem.
Queria dar-te tanto, mais ainda….
Dizer à noite, que me encontrei ao descobrir-te.
Que fazes parte do mais belo poema que, ainda, hei-de escrever,
Que serás a mais bela tela, que, um dia hei-de pintar.
E segredar à Lua que te guardo num baú junto ao coração.
E gritar e cantar à Lua, a letra de Florbela Espanca:
“E é amar-te assim, perdidamente …
È seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente”
Tens a bela audácia de invadires os meus pensamentos, tornando-os aprazíveis,
Transformas pesadelos em belos e generosos sonhos, colorindo-os com a tua bondade,
Agora, queria ser ave da noite, e voar para o pé de ti para que te pudesse contemplar,
Enquanto dormes….
E que o azul da Lua me pudesse guiar
Levar-te rosas para te banhar o leito, nesta noite, que ainda é uma criança.
E abandonava pétalas, pelo teu quarto, pelo teu leito, pelo teu corpo, pela tua face.
Quando acordasses de manhã, pudesses soltar um sorriso de alegria e contentamento.
Este é o modo de te dizer que estou presente, que te amo, que ouço o alvoroço das tuas noites como se ouvisse, tão bem, o mar selvagem, ao longe, e o romper da escuridão.
Esta noite é o momento, também, para te dizer que me pertences, que te pertenço, como me pertence o luar e o lume das estrelas, e o aroma do orvalho nas manhas de Outono, como o chilrear da cotovia.
Como as flores precisam de Sol e de chuva. Como as noites precisam da Lua.
Desta Lua Azul. Meu amor, como me fazes falta!
Beijo A.