sexta-feira, setembro 22, 2017

“As saudades” dilaceram aos poucos



 


Já não chega a dor de te esquecer...

E o resto? Nego-te em palavras sentidas

enquanto te quero no coração

Quero-te…. Continuo a querer

Tento pensar em ti como fragmento

Porém, só és totalidade e a soma de tanto,

Tens sido frações profundas…

És-me familiar, em mim...

E a tua imagem surge...

Procuro-a na almofada, quando acordo

Procuro-a no espelho pela manhã

no carro quando oiço a Smooth FM

e a tua face ressurge em todo o lado

Mas não te posso querer!

 

E a tua voz regressa muda …

É preciso, mas reconheço-a,

Longe está que não a oiço

E sinto a falta do teu tom

E quando penso nela:

És como a flauta de pan

Na historia do Flautista de Hamelin


É encantamento aos meus ouvidos

É uma bênção e que me acalma

E colhe o melhor de mim …

Tal é que não me reconheço

Sinto ser outro alguém, outro ser

Que se perdeu neste misto

De tanto e de nada…E agora?

Tenho as lembranças:

os meus lábios reclamam pelos teus

e o meu abraço chama por ti…

 

A carência de ti, arruína-me

Apodrece-me o coração

Quando não sei nada de ti

O choro alivia-me de ti. Não!

A angústia, a ansiedade

Urge (m) desaparecer…

E vou sussurrar ao tempo

Que me dê mais tempo para eu ter tempo

Para me soltar de ti …                                 

Tanto e em silêncio, tanto …

O esforço é tanto... não te adoro 
(grito e tento convencer-me disso) 

A vida, tal é, irónica ri de mim…

A coragem desvia-se e afasta feições
(para que não me lembre de ti)

Alma minha, padeces aos poucos

Não sabes de nada, mas….

Todos os dias da minha vida

Quero-te e não te posso querer

Amo-te e então! Não te posso amar!

Renuncio e corroboro...

É um Amor que mata…

E dentro de mim desdiz-se

E a tua imagem surge...

todos os dias da minha vida

Ela testemunha e subscreve

O que sinto….