Já não chega a dor de te esquecer...
E o resto? Nego-te em palavras sentidas
enquanto te quero no coração
Quero-te…. Continuo a querer
Tento pensar em ti como fragmento
Porém, só és totalidade e a soma de tanto,
Tens sido frações profundas…
És-me familiar, em mim...
E a tua imagem surge...
Procuro-a na almofada, quando acordo
Procuro-a no espelho pela manhã
no carro quando oiço a Smooth FM
e a tua face ressurge em todo o lado
Mas não te posso querer!
E a tua voz regressa muda …
É preciso, mas reconheço-a,
Longe está que não a oiço
E sinto a falta do teu tom
E quando penso nela:
És como a flauta de pan
Na historia do Flautista de Hamelin
É encantamento aos meus ouvidos
É uma bênção e que me acalma
E colhe o melhor de mim …
Tal é que não me reconheço
Sinto ser outro alguém, outro ser
Que se perdeu neste misto
De tanto e de nada…E agora?
Tenho as lembranças:
os meus lábios reclamam pelos teus
e o meu abraço chama por ti…
A carência de ti, arruína-me
Apodrece-me o coração
Quando não sei nada de ti
O choro alivia-me de ti. Não!
A angústia, a ansiedade
Urge (m) desaparecer…
E vou sussurrar ao tempo
Que me dê mais tempo para eu ter tempo
Para me soltar de ti …
Tanto e em silêncio, tanto …
O esforço é tanto... não te adoro
(grito e tento convencer-me disso)
A vida, tal é, irónica ri de mim…
A coragem desvia-se e afasta feições
(para que não me lembre de ti)
Alma minha, padeces aos poucos
Não sabes de nada, mas….
Todos os dias da minha vida
Quero-te e não te posso querer
Amo-te e então! Não te posso amar!
Renuncio e corroboro...
É um Amor que mata…
E dentro de mim desdiz-se
E a tua imagem surge...
todos os dias da minha vida
Ela testemunha e subscreve
O que sinto….