sexta-feira, junho 09, 2006

Desfragmentos

Quando tudo me parece ganhar sentido, foge-me a influência.

As palavras não saem, os afagos reprimem-se e, transformo-me numa outra pessoa.
Não consigo ser, atrapalho-me e não verbalizo metade do que tinha para te dizer.

Parece-me sempre que um outro universo se apodera dos meus feitos e sinais futuros, para se encontrarem ao dispor de outro alguém…

Será a inocuidade a revelar realidades que perdem o significado e põem termo às mensagens mal esclarecidas. A ausência distinta ao invés da fluidez natural do que, supostamente se quer dizer e se sente.

A falta de aprendizagem faz-me tropeçar no coração e a agilidade do que sou, do que aprendi, do que me tornei, volve-se numa agradável farsa. É tudo uma manha pegada quando apregoou que, desta vez, será desigual. Seremos sempre equitativos. O conceito é o mesmo, é aquele com que sempre lidei. Pois se nunca conheci outro.

E a facilidade com que me relaciono e, nos decepciono, altera completamente o rumo a um passo descompassado e antecipa o fim da narrativa.
Narrativas vivenciadas, elas perseguem-me, dominam e conduzem a mais uma que se esgota. É um ciclo de existências gastas e plenas de razão. E é como um lapidar idêntico, e, embora constante se acaba por se estilhaçar! Quase como se eu tivesse que as desfragmentar! Ou me visse obrigada a!

Nunca terei saber suficiente para abdicar de cometer os mesmos enganos, ou parecidos!

As relações serão sempre um mistério. Nunca nos conseguimos superar na totalidade de quem gostamos. Haverá indulgência para quem se quer mostrar diferente, desta vez? Só desta vez?! No desfecho, pensarei inevitavelmente o mesmo!

Eloquência tens-me enganado ao longo dos anos. Expressividades sinceras e definitivas… Tens gerido e clarificado o meu destino. Não há absolutas verdades, mas o facto de morares ao meu lado, tem feito a vida igual a si mesma.

Terei aberto o ciclo demasiado como sempre o faço, para que tu rejas o nosso universo. Se nunca houve nada. A minha cabeça agido à maneira do que nunca quase o meu corpo acompanha…é como se andasse desfasada do universo que me rodeia.

O meu corpo lá e a minha cabeça aqui. Ao juntá-las cresceria, amadureceria e explicar-te-ia como mudei! Mas não queria dizer que mudei por ti, mas por mim!