terça-feira, setembro 15, 2009

CONDIÇÃO...

Porque é que a paternidade é a única forma que eles, pais, encontram para pedir ajuda!

Porque é que a paternidade nao se manifesta em situações de alegria, de nao-ausência, de amizade, de carinho, de acompanhamento, de atenção! situações que deveriam ser naturais e intrínsecas a essa ligação! porque é uma condição exacta?

É um estatuto... uma condição ancestral ... sem sentido... nem nexo!

quinta-feira, abril 16, 2009

Canção grata

Por tudo o que me deste
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca
Noites de insónia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste
Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Florbela Espanca

quarta-feira, abril 15, 2009

Lábios

E dentro de teus lábios doces e ávidos,
Anseio pelo abrigo, pela volúpia
a ser possível reencontrar em tua boca,
e procuro e escrevo emoções dedicadas
no êxtase de nossos corpos e é chama,
a ser possível , perco todos os poros,
Percorridos à saliva deixada pelas nossas línguas.
E degustando, a ser possível, e porque outros se calam,
À linguagem de melodia, dos corpos, das paixões,
Porque têm medo e não vivem de mãos dadas com a vida
E vivem de mascaras…nós não!
a ser possível desmascaremo-nos de preconceitos!!!!
Na tua boca, brincarei um dia!

sábado, abril 11, 2009

Escolhas

Por mais que sejam os esforços e lutas que travemos: o mundo que nos rodeia e conhecemos, não nos satisfaz.
Queixamo-nos de tudo. O trabalho que não merece a nossa aptidão e dedicação.
As relações que temos e acumulamos ao longo dos anos e que nos derrubam. Fazem-nos azedos e insensíveis.
As relações familiares que por si não bastam cordiais.
A inspiração que se fica pelo caminho. A paixão que se desvanece pelos caminhos empedrados, recheados de tumultos seixos que nos conturbam.
Inspiração para quê? Se tudo que revelamos se torna um esforço inglório. Impossível de o amor se realizar, se anunciar, se acalmar. E se os segredos que tínhamos se perdem e se desfazem em poeira.
E quando finjo que esqueço, não esqueci nada. E cada vez que fujo eu me aproximo mais. E é por isso que atravesso o teu futuro. E tento não reviver o passado. E sem querer entrei mais uma vez na tua vida. E procurei tantas desculpas para não te encarar, mas para te ver, para te cheirar, para te tocar, para te ouvir, para te sentir.
E a estrada que percorro já não é estrada. E o trilho deixou de existir. Não existe nada. Acabou. Está fechada.
E o que tínhamos, era alguma coisa? Nem um pouco de respeito. Momentos residuais, palavra estúpida, é o que lhe chamam. Foi o que desfrutámos!
Preciso de gastar-te em palavras o que foi ou não foi. Dito. Feito. Tu que nunca soubeste o que era estima. Pelas mulheres? Tu entendes de investigação, de praticabilidade de pesquisas concretizadas em análises, de emoções de forma educativa, de formas humanas careces de estudar e de beber para que se tornem exequíveis. Tu nunca serás viável. Nem que sorvas ou degustes um pouco de sensibilidade, nunca a podes compreender. Não sentes paixão. Sentes uma coceira na “ verga”. Sentes um frenesim de alguém que te adoça o ouvido e te murmura. Tu vives dos mimos de alguém que se sente dependente da forma como está contigo.
Estádio que nunca serás capaz de atingir. Conhece-te a ti próprio … pensas que te conhece… E dilata o lado do cérebro em que dominas a estupidez. A tacanhez emocional apodera-se de teu corpo, da tua intelectualidade e derruba todas as possibilidades de sentires.
Tu és um assunto encerrado. Aqui e agora. Hoje fazes-me escrever sobre ti.
Enterrar-te-ei. Morreste. Já não és nada para mim, não podes ser mais nada.