quinta-feira, dezembro 28, 2017

engano meu (afinal)

Já não sei quem sou
sei de ti na dor
reconheço-te na desilusão
engano meu (afinal)
foste tu mesmo...

já não conheço os lugares
onde sentia pertencer: fosse o teu abraço,
o teu colo, a tua voz, a tua boca
dissipam-se na dor à noite
No dia seguinte, regressam...
por imagens recorrentes
quão violência gratuita ...

Já não sei quem sou
sei de ti no cansaço
sei de ti nas lutas perdidas
sei de ti em momentos vazios
procuro-te no vazio...
em desditos escamoteados
pela simpatia...
Engano meu (afinal)
Eras tu...

Os beijos soam mais longe
e o som da desilusão recomeça
até à exaustão .. O que desaparecera?!
um ideal transformado em vão....
Engano meu (afinal)
Sempre foste tu...

Já não sei quem sou
palavras ditas e mentidas
eram rebuscadas, e ditavam tudo..
Engano meu (afinal)
Eras tu...

fomos desaparecendo: confortáveis e distantes
E O conforto afasta...
Engano meu (afinal)
Não era Amor.. eras só tu mesmo...

O amor não é para ser integrado...
Sente-se ou não!!!
És de outra pessoa e eu não sou de ninguém!
Talvez consiga voltar a dormir com outro... Ou não!
Talvez volte a entregar o meu corpo a outro... Ou não!
Mas as minhas lágrimas dificilmente deixarão de ser tuas
Engano meu (afinal)! Eras tu!




sexta-feira, dezembro 01, 2017

Abraço que é meu


Gosto de ti,
Não sei que Gosto de ti é este…
Talvez o meu jeito imperfeito de dizer que gosto de ti…. Gosto-te!
E é tanto este Gosto-te que não o consigo proteger …
Reencontro-me de todas maneiras quando estou perto de ti…
E procuro por ti quando não estás
E procuro por ti quando abalas…
Imagino que…
Soubeste-me a tudo que há para saborear,
A intimidade que sinto é tão grande, quanto o toque, que tanto desejo transporta,
Tinhas um semblante maroto e feliz e olhavas-me com desejo,
A tua mão afagava-me o cabelo, a face e os lábios,
Percorria-la no meu pescoço, enquanto me revelavas segredos …
E acariciavas-me os seios e, eles agradeciam-te através de um beijo…
Os meus quadris ávidos ansiavam-me para que me provasses,
A tua perna quente encostada à minha…e fiquei nua para nós!
O sol já tinha descido, escondeu-se, e guardou a magia …
Uma estória ao fim de dia
a perceção dos sentidos deslumbrados e apurados …
E a lua assistiu e velou a nossa chegada …
À lua que tão repleta e feliz, rejubilou e aplaudiu duas essências que se uniam
Ela riu, assentiu uns laivos de rosa pardo e sentou-se a ouvir os nossos regozijos
Deleitava-se na estranheza dos nossos olhos…
Eles brilhavam, refletiam a figura disforme da lua a crescer…
Diziam tanto por nós, qual o preço do amor e da sabedoria …
Mas não se compreendia, lia-se, escutava-se…
E eu leio-te e gosto, absorvo mais capítulos…
Dizias-me, e a estrela cadente
Podes ser feliz… se te sentires livre
O amor tem de ser só pelo amor… pela verdade…
Nada depende quase sempre de nós…
E eu só queria sentir a brisa daquela noite fria na cara…
A lua a iluminar os nossos corpos seminus
Tenho saudades quando partes com o abraço que é meu!