sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Nao me importo

A propósito, ontem passava um filme na televisão, traduzido para a nossa língua. “Perseguindo Amy”, - nada alusivo ao Natal é certo – mas que me deixou a pensar.
Sento-me sozinha a vê-lo. Afinal, vivo só.
Imagino-me um dia a ter o privilégio de dissecar a mensagem contigo.
E nesse dia sentar-te-ás a meu lado a partilhar um momento, como alguém diz nesse filme.
Chorei no fim. Despejei lágrimas. Não me importo. Falava de Amor.
Alternativas de amor. Loucuras e experiências sexuais. Amores incompreendidos, amores que se perdem. Desencontros e desperdícios.

Nós queixamo-nos que não encontramos o Amor. E se o encontramos, e o passado se revela por razões maiores, tem de determinar o que quer que seja? Então quando e como seremos felizes? Será errado contarmos, a quem amamos, o nosso passado? Porque tem de ter tanto sentido?
Ou de modificar o percurso de nossa vida? Queremos partilhar os vícios e as virtudes.
Não será isso o Amor? Partilhar o bom e o mau? Conhecer o preto e o branco? O que nos resta?

A vaidade impera. O orgulho vence e a bestialidade que nos é inata muda o rumo de nossas vidas. Entrave. Fobias. Obstinação. Procuramos empate em tudo que fazemos. Dá que pensar!

Mas nao me importo. Falava-se de Amor

O amor Também é silencioso

Porque têm os homens tanta dificuldade em expressar o que para nós nos é tão simples e espontâneo.

Entrei em casa. Tocaram à companhia. Era ele. Pediu-me para subir.
Deixei-o entrar e perguntei-lhe, afinal, o que queria.
Só queria olhar para mim, durante alguns minutos. Pedi-lhe para se pôr a andar, e que não estivesse com ideias, pois nada se iria passar. “Já olhaste para mim, podes sair” – disse.
Ao que ele me respondeu, com aquele olho doce e terno que ele sempre teve.
“Só me quero deitar a teu lado.” Exausta, deitei-me na cama, vestida. Ele seguiu-me, em silêncio. Deu-me um beijo na testa e deitou-se a meu lado, também vestido. Nada mais dissemos.