sexta-feira, novembro 21, 2008

Analisa

Mais um Sábado. Mais uma sessão.
É uma daquelas relações saudáveis. Nesse dia estava irritada, não tinha estudado a lição. E quando não estudo o texto, por vezes, corre melhor. No entanto, não era esse o dia, o vazio, as crises, e as ânsias permaneciam pelo que a vontade de falar sobre qualquer coisa era menor.
No inicio, fiz um esforço, acabou bem, como sempre. Sento-me e fico descontraída, leve e feliz por alguém confiar nas minhas palavras, por alguém me ouvir e não duvidar do que o digo e por alguém me respeitar e não me julgar. O meu modo de pensar. Serei menos importante para o mundo por me encontrar “desacompanhada” e unicamente livre – como se diz por aí!
Alguém importante que me tem ajudado num exercício essencial. Aprender a lidar com o mundo. Parece que a minha forma ou fórmula (eheh) está errada. Tenho resolvido e sinto-me resolvida numa ou outra questão. Mas como entender o mundo quando o mundo não me entende a mim? Como posso ficar feliz se o mundo, consecutivamente, me critica e me julga. Como se existisse, permanentemente uma penalização subjacente.
As questões estruturais são, para mim, as mais inquietantes e inultrapassáveis; a Família. Os meus pais. A Relação mãe-filha. A Relação pai-filha. A pedra basilar de tudo o que fomos e somos. O que quero saber de mim. Será errado eu quer saber de onde vim? O que sou? Tentar compreender para onde vou? O que faço aqui? Alguma referência mais forte que se revele nalgum princípio e me servisse de âncora.
Que razão forte tenho eu para não estreitar a relação com a minha Mãe quando se tem revelado cada vez melhor. Bom, será errado dizer que quando a minha mãe já “pagou” pelos “danos” e se tenta aproximar de mim, as situações de conflito diminuiriam. Não reagir torna-se cada vez mais difícil.
Alguém quis saber e eu não soube responder. Só sei que a forma que ela tem de me ajudar não é a melhor. Não é solução quando um aconselhamento tenta parecer uma crítica, um julgamento com patetices em praça pública – embaraçada, é o que me ocorre dizer, em frente de estranhos - tentativas de expressão de que sou um adulto com laivos de criança. Não é nenhum desfecho favorável muito menos nos aproxima quando vem “cobrar” razões e pretextos porque a minha vida é assim ou deixa de ser.
Não pensou nunca. Tudo se há-de resolver até constatar que eu esqueceria ou aprenderia doutra forma. Como pudemos nós exigir quando não ensinamos, quando não estamos por perto. Quando não estamos presentes nas mudanças, nas felicidades, nas angustias e nos processos pouco amanhados de maturidade. Julgar é contra-natura entre uma mãe e uma filha.
Os conflitos são males necessários. Tenho de dizer o que sinto ainda que isso nos magoe.