Acidentalmente, encontrei memórias!
Pulei da cadeira, exclamei agoiros
e o meu coração galgou
Que nem um galgo insensato!
Mais do que é possível?
Ainda soam inconvenientes
As surpresas indevidas,
do que é suposto ser “acidente”!
Sempre tento desviar estas ocorrências!
Imprudência é o que me ocorre pensar
Cautelosamente, limpo o que surge vagueando …
Em resquícios de informação digital …
O resultado ímpar de um descuido, faz a diferença…
Vestígios perdidos algures em gavetas, ou armários,
Notas, piadas e rascunhos e risos rabiscados
Nalgum pedaço de papel achado
Lembranças perigosas!
Que me fazem perder…
Perdida dos outros, em redor, de TUDO!
Sons céticos e extemporâneos pairam
Sistematicamente,
surgem algures quão tombos instigam
Em frases ou expressões mormente se contemplarão
Em sintonia? Nunca mais!
Nem a escrita me salva.
Tal ferocidade és que empobrece e devastas
O que o Pouco ainda mantém de pé!
Enquanto a vida desaparece de mim…
A vida aconteceu e
a alma viveu
e o espírito acelerou quando o tempo deixou e foi mestre
Hoje, sobra a apatia para me lembrar…
Tento encobrir emoções,
Amparo algumas
Deixo-as sentadas a um canto,
Constantemente repousam amorfas.
Fujo delas!
Finjo que não as identifico!
Um estado de dormência crónica!
Imóveis, devem permanecer
Certamente “imperfeição” necessária!
Diria alguém que não sabe o acontecido!
Assusta a forma que deve (de) ser, a natural
em intrínseca
repressão.
E, o Ser que já foi meu,
o que a verdade ajusta à autenticidade
acelera e vai…
registando e transformando jocosamente a essência!
EM alguém que habita em mim, que não conheço.
Essa impressão é inabalável!
A mente detém o poder e
Vai criando tantos papéis.
E nunca senti tamanhos e diferentes…
E atuam anuindo e, ao recetor adequo-me e se…
experimento tantos!
Só sei que me esgota,
E recomeço este vicio, uma total degradação!
A cada dia e a cada noite, construo-as e desfaço-as
Não passam de pensamentos solitários.
Pelo meio, esgares de melancolia,
De tristeza, e de choro!
De irritação e de rebelião
De expetativas cruéis, e de inutilidade!
Inútil rebeldia!
Estará a querer renascer?
Finalmente é chegado o momento
Percurso que deve ser limpo!
Atulhado de manias, fábulas e fingimentos e hipocrisias
Sobre o acontecido, seguro o grito
É um clamor surdo, ergue-se do vazio, de um
“caminhar sem sentido”
De um trautear até à vigésima quarta hora
E volta no dia seguinte
à cata de ofensas remoídas e rebuscadas e
só vejo nódoas misturadas com Amor, juras ou
ou promessas tão negras!
Inação e In bravura
versus
sábias e manipuladoras galhofas
Para alcançar o fim que não vi, o esperado
Quando é que tem fim, este fim??
Chegado o desfecho que tu queres!
Desconheço-o… e é o que não quero saber!
Não o quero saber. Nunca o quis saber,
Apenas conheço o que senti! Mais um cabeçalho, era!
Neste momento, nada é Nada!
Aprendi a ver o Impossível
Instrui a alma a encontrar-se com a dor
Aprendi a existir impassível
E escolho, o não me permitir a sentir mais nada!
Os desenganos permanecem na última “narrativa”
A que envolvia luz e magia
A realidade do que se é e do quão se sente…
- “És tu!” Sim. Sou eu!
Onde é que andas? Eu?
Perdi-me perdidamente em ti
És O meu erro, O meu sem retorno, O meu desazo.
Eu contemplo-me de fora, e assisto:
Que te perdeste. Que te desperdiçaste.
Que te esbanjaste. Forçaste o tempo a dar-te atenção!
Percebes que não queres o fim… queres que o tempo te agarre
Queres que te apanhe…te console … e te diga que nada aconteceu!
Nem te consigo salvar de ti própria
Será que há um momento em que percebemos a complexidade dos
acasos?
A urgência do que nos faz sentido? A Vida, no fundo!
Ou das palavras que nos saem sem pensadas
Ou que se tornam arrependidas, ou lamentáveis ações que se
desvinculam
Quando seduzimos a tentativa de esquecermos alguém???
A necessidade advém do pavor do que não conseguimos
esquecer.
Afinal o que se tenciona fazer depois
Abandonar a mágoa.
Tendencialmente, largar o milagre,
o que se
metamorfoseia em pesadelo
Todos os dias, sou a metamorfose de mim própria