sexta-feira, agosto 06, 2010

Boa noite, meu amor

Deitaste-te a meu lado.

Senti o calor dos nossos corpos e o palpitar do teu coração nas minhas costas...

nem queria acreditar que ali estavas...Só te querias deitar a meu lado!

Aconchegaste-nos o lençol.

Colocaste a tua mão sob a minha cintura e sussuraste-me Boa Noite...

Adormecemos, simplesmente!

quinta-feira, agosto 05, 2010

Latente


Continuas doce no olhar. Senti uma tristeza latente. Como se me deixasses ler, por momentos, o teu olhar ...foi bom rever-te. E tanta coisa que não sabemos um do outro. apetece-me saber de ti. fizeste com que me apetecesse saber de ti.


(Será que existe alguém capaz de me levar a fazer coisas, como partilhar com o mundo que me fazes sentir bem)Like a moment


O tempo passou. O nosso tempo. Será tolice minha ter sentido uma ligação. será que o tempo parou.


Chega...

Há coisas que não mudam...
As pessoas, os lugares, os cheiros, as cores, os tons, os trejeitos - sempre estiveram lá -! Eu sempre os vi de uma forma pouca adulta, pouca madura, embelezava-as de forma a que não me sentisse condoída! Não precisava disso. Era feliz sem saber o que deveria saber.

Sempre me senti meio diferente, meio desajustada, meio deslocada em qualquer situação. Houve alguém que me disse e, não é nem nunca foi novidade para mim: " A familia não a escolhemos, quando nascemos ela já cá está! Dás muita importância à família!" Sim, tens razão.
Mas nao será ela a pedra basilar, ou a responsável, o canal por onde nos inspiramos, onde aprendemos um pouco de tudo, onde sorvemos alguma sabedoria, algum conhecimento.
Se assim não for, como aprendemos o bom do mau, o preto do branco, o amor do ódio/raiva. O senso comum nunca é suficiente.!?
O medo e a culpa é o que nos move -dizia um sociólogo.
A culpa de sermos negligentes.... a culpa de sermos nós mesmos...a culpa de nunca nos dizerem que estas, são as causas de um emaranhado de sensações que ficam por sentir por nao sabermos ... não me parece justo!
A culpa... mas até sabermos o que é a culpa...rotulada até mais não -pelos nossos pais, pelos nossos chefes...pelos nossos amigos.. - o que é afinal a culpa ...e o medo?tudo tem de ter uma definição. e como aprendemos isso? Da pior forma. Nunca através dos melhoramentos, sempre através das nossas incorrecções, erros e desenganos, dos nossos piores momentos. Nunca enaltecendo as boas situações e de merecimento, e sempre reprimindo e ridicularizando as piores situações.E porquê?
Apesar de esta situação ser e estar ,constantemente, a ser estudada por sociologos...é duro para quem tem consciência e noção da realidade que se passa à sua volta!
E nao saber o que fazer...não saber como agir...não saber como reagir!
Eu admito que exista mais gente com esta dificuldade em identificar este tipo de situações e não saber como resolvê-los!
Mas nem toda a gente tem consciência... parece que andamos todos a "dormir"... será a melhor opção? - É, pelo menos, a mais fácil (E eu conheço alguns assim ... que vivem a vida de outros e que não têm por se preocupar...as vidas facilitadas que têm tido cega-os, completamente

sexta-feira, junho 11, 2010

Então...


Se a lesada sou eu, porque me sinto a culpada de toda uma vida sem cor e sem amor!


Estranha forma de vida!

Porque me sinto uma estranha na tua presença? Porque gritas comigo quando falas comigo?Porque estás sempre revoltado e zangado e fazes questão de me passar isso?
Porque nunca jantas comigo se eu te vou visitar uma vez por semana?
porque nunca me telefonas? Porque nunca me disseste em todos estes anos, e que até vivi alguns contigo, que gostavas de mim? Porque nunca me leste uma historia de embalar? Porque nunca me disseste que preferias ter tido um filho, em vez de uma filha? porque nunca foste comigo à escola, ao médico, de férias, passear no jardim? Porque nunca conseguiste ser pai? Não querias ser pai? As únicas palavras que me dirigiste todos estes anos, que eu me lembro, foi: bom dia, ou boa tarde, ou estás aqui, ou já vieste, ou já chegaste!
Tanto afastamento de algo que nunca existiu...
Porque nunca soubeste, eu também nunca soube o que era ser tua filha!
Aliás, tu nunca cuidaste de mim.... e a mãe deixou-me à tua guarda! como compreender e entender isto! Não consigo! É demais ..... é demais....

Por onde andas, felicidade?

Não sei de ti há tanto tempo! Que é feito de ti que me abandonaste...ou serei eu que te abandonei? Provavelmente, és a tendência e, aqui sempre me foste fiel! é a única coisa que sei fazer melhor! abandonar ... És recorrente na minha vida de tantas formas e feitios...
será que a vida me testa, diariamente, para que te procure, te reconheça e te fale .." vem ter comigo, felicidade "! a outra parte, não a das trevas!!!
Já chega de tanto teste, de tanta frustração, de tanta zanga, de tanta revolta e de tanta angústia - são estes amigos e pessoas que me rodeiam, ultimamente - será que perdi a capacidade para criar laços, ligações...
não chega o que sofri na infância, já não chega o que sofri com o abandono, com a ausência, com o Desamor! eu quero gritar ao mundo que chegou a minha vez de ser feliz! o tempo escasseia e eu não tempo para ser infeliz! mas como te achar? Como te reconhecer, se eu não sei como tu és??!!

A família que é suposto ser a maior fonte e infindável ligação sustentada onde se aprende toda uma estrutura...onde se aprende a amar e não a odiar, onde se aprende a dar e, não a preterir, onde se aprende a emoção, e não a revolta ... onde se aprende a inteligência e não a ignorância, a tacanhez!!! Onde se aprende a cuidar e, não a deixar!!!
Caramba... isto é tão universal, geral e vago! mas a quem sou mais fiel é a mim mesma e à minha escrita! a minha escrita é que me salva destes momentos de angústia!
se não generalizar, eu enlouqueço! Para quem estou a desabafar, senão para mim própria!

não quero esmiuçar os meus problemas, pois existirá pior, no entanto, são os que eu vivo e são os que eu acredito, estupidamente, que posso mudar!
mudar para quê? se ninguém muda para mim e por mim! Mas a dúvida permanece - se eu não salvar quem é do meu sangue! como poderei dormir descansada com uma culpa que me é imposta socialmente, por vós, todos os dias! deveria ser mais egoísta e cruel com aqueles que me esqueceram quando eu mais precisei deles! E seguir a minha vida!
A minha vida está presa neste ponto, não por causa deles, mas porque acredito em valores - será que são valores a considerar - que me têm toldado a interacção com o mundo que me rodeia! Não consigo agir, não consigo andar, não consigo pensar correctamente, não consigo planear e só vejo situações que me deixam, miseravelmente, infeliz!
a falta de justiça é uma delas... é a que pesa mais em contexto profissional!
a falta de entendimento e de amor .... é a que pesa mais na família
a falta de ligações e laços fortes.... é a que pesa mais nas relações amorosas
E os amigos, alguns e são poucos, mas estão cá e é o que me basta!

No entanto, gostava de dizer tanto e a tanta gente!
Sinto que estou a perder o meu precioso tempo - e o relógio continua a correr - com pessoas que não merecem a minha obstinada luta para melhorarem! quando podia aproveitar este tempo para me amar, para me mimar, para tratar de mim.. cheguei a um ponto em que acho que não o sei fazer - talvez saiba cuidar e importar-me mais com os outros! Deles, sempre tenho feedback! Nunca é suficiente e bom! Há sempre defeitos...
se praticasse o bem em prol de mim própria, não teria feedback! deve ser por isso!
já me alonguei demais!!! Boa noite Ana... Gostava de gostar mais de ti!

quinta-feira, março 25, 2010

Paradoxo agreste e cruel

O nosso espaço tornou-se doce e cruel,
Contemporâneo, diria até!
Todavia, a distância do tempo
Envolveu-se numa roda-viva
Por vezes, assume um acinzar de saudades
Do que não tivemos!

São emoções paradoxais e
o sentido é tão bárbaro e vertiginoso
que o não controlo.
Ligação negra e desconcertante
chega a ser alegre em sonhos
Para quem te estima!

nos teus braços imagino abafar o pesar que, outrora, os teus gestos, os teus esgares, e os teus sussurros mais exuberantes e voluptuosos me avivam o sangue que se passeia em minhas veias… e as vontades desvanecidas pelo tempo…assolam-me os sonhos e os acordares durante a madrugada …e suo só de pensar que um dia isso, também findará!

Esses voltam, porém o desfocar da tua imagem ao longe que deixou de ser clara... de manhã ressurge e acorda-me, igualmente, como se de um trovão se tratasse!
...nos teus braços abafava a amargura de outra época, de experiências aconselhadas e de medos que me enregelavam as pernas e os braços... desprovia de locomoção!

Mas deixei que as palavras, vontades, desejos e intenções fossem levadas pelo vento... e se perdessem!
E o vento quebrado por décadas de primaveras e de verões...
deixei que o vento fizesse tudo isso!

Saudades de mim!

Há meses que aqui não venho...e tenho saudades de mim!
Sim, de mim, esqueço-me de mim, constantemente...
E é aqui que falo de mim através da poesia e da prosa!
Ou palavras soltas mas que estão tão gastas e fluem conforme a minha tristeza, a minha alegria.
Tristeza quando vejo o meu pai ...que se esqueceu dele... faz muitos anos..
que se alimenta da depressão e angústia crónicas ... ainda ele nao padecia de velhice, de cansaço, de tristeza ...como eu gostava de te ajudar e nao posso! Foste vencido pela vida e eu nao quero mais isso para mim! eu quero vencer a vida e nao quero acreditar que herdei isso de ti!

Há cerca de um ano escrevi sobre ti neste blog...creio que foi a primeira vez que te dediquei algumas palavras duras e secas , mas tão verdadeiras! E pensei que as coisas mudassem....Não!

Continuam na sua mesmice de tantos anos...e só hoje me apercebo - tantas ausências recíprocas e pouco inteligentes - de que é um dado adquirido que eu tento mastigar e engolir para conseguir ser feliz!

Pai...eu quero ser feliz! tu não queres .... nem nunca quiseste... como te hei-de dizer que para eu ser feliz te quero ver bem ...

Tantas palavras, tantos ensinamentos que te quero passar e que aprendi, sozinha!
liberdade, autonomia, expressão, amor, compreensão, afecto e emoções....

Poxa... Como dizer-te que a vida é tão bela, também!
Pai, eu tento aceitar como tu és e que eu me tornei assim...
Tantas vezes sonho com alguém que me deseje bom dia, que queira saber de mim, que me pergunte se o meu dia correu bem! Tu
nunca demos uma boa gargalhada, nem nunca chorámos de alegria ...

A revolta que tu sentes, passa-la para mim e isso nao quero mais!

Porque nao consigo sentir e pensar que tu és meu pai ..para além dos laços de sangue que nos une! eu nao quero sentir inveja do Pai do meu amigo! Mas se falo nisso é porque sinto!