sexta-feira, abril 07, 2017

Corpo que ama com dor



Tão perto e sem factos
Nada é irrealizável
Mas manter à tona
Os dias sem me afundar
Em ti…
Parece quase (in) sonhável

Tento ser diferente
Tento ser tanta gente ao mesmo tempo
E até mesmo tu…
Que me perco em palavras e sorrisos
Ora (Des)agradáveis…
Incompreensíveis e rasos
Aos olhos de (os) outros…
Não me interessam outros…

Já só sei que…
Não escuto, não me oiço
Porque o grito de dor é assaz alto
Não me oiço… tento escutar o corpo que fala
O meu corpo grita e chora …  adentro e
Mesmo assim…Não me oiço…
Amo com dor

Um corpo que ama com dor
Cumpre e segura o mecanismo de outrora
Ou de sempre,
a mesma música com pesar 



De uma vida sem ar, de um corpo sem fala
Desde que o ar é ar
desde que o corpo me (SE) conhece
que me calei
que me segurei
e me sufoco em dições e guardo,
despejadas e brotadas
não passam da boca e se transformam
apenas lágrimas
que moram e permanecem
se és pranto impregnado
se és rio sossegado e quieto
Sim, é quietude
Tento ser quietude
Apenas tento…
Se calhar, sou rio…
Quando tento ser Mar!



ENTRE...




Entre a fúria e a deceção
A vontade e a des(vontade)
Tento fugir à tormenta...
Começas a ser intemporal
E vem a procura de quê...
como ficas? E o que fica?
Um vazio desocupado
às horas como o relógio
padeces todos os dias,
De manhã, quando me esqueço de ti
À noite, nem me lembro quem és
Tornas-te simples e fácil em mim…
Desde que não me falte…
A falta de não te querer

E até quando vais ser fácil…
Já nem sei quem sou…
Desde que saiba quem tu és…
Assim saberei onde me encontrar
Para não me perder … Eu
E saberei, nesse momento, que cheguei
Onde queria chegar… A mim!


terça-feira, abril 04, 2017

Vida que bate …



A vida, por si, ultrapassa
e o tempo decorre como ele quer…
E ao não nos cruzarmos…
O tempo atrasa e vence ao que te disse
Ao que ficou por dizer…

O que nunca me disseste …
Perde-se em pó e para sempre contigo
A mim volteiam esperanças infindáveis
Restam na memória o que ficou de ti…

O que conheço de ti
Movimentos demorados e rodopiantes
Foste fugaz, e unicamente
Em mim vives tu sem água
Morres à sede…
Eu já morri de ti e por ti.


Lua, vento, sol, areia, mar e ondas …. És tu



No teu feitio


A Areia talhou…


Ao semblante marcado pelo Sol...


Cantando ao vento a beleza a descobrir ..


O Mar segredou à Lua que é durante a noite


Que a beleza se manifesta


Singela, baila entre palavras


que se soltam


que se escapam nas estrelas


E caem na minha face.


É na tua cor que me encontro


Verdadeira e palidamente me deixas…


Encadeias-me em paletes que o coração se acha.


Acha quem?


Acho eu, somente, porque te Amo!