A vida é bela. A vida é única. E é compensadora. Nunca lhe damos a importância que ela merece. Da forma como a desperdiçamos. Por vezes, duma forma ignorante ou tacanha.
Complicamos as coisas simples, guerreamos por insignificâncias, vemos o mal onde ele nao existe, destruimos a nossa paz que nasce intacta e ao invés de a alimentarmos só a vergamos à nossa imagem, à nossa maneira. E temos, ainda, de conviver com tanta coisa que odiamos: guerra, poluição, miséria, fome, falta de amor, ganância, poder e, como se não bastasse temos de lidar com a doença, com a morte. É terrivel.
Lembro-me de uma amiga me dizer, em tempos, que ficava feliz e infeliz com o nascimento de uma criança. Percebi quando ela me explicou o porquê dessa infelicidade. O facto de vir mais uma criança a este mundo com tanta coisa que ela tem de assistir, de ver, de sentir na pele como todos nós, coisas que nos desagradam. Se pensarmos que este mundo está cada vez pior e se agrava com o passar dos anos, então que futuro risonho e saudável se pode dar a uma criança. Todo um processo de dor e sofrimento. É óbvio que as coisas boas como a alegria, o amor, a bondade, a solidariedade, também fazem parte. Mas há crianças que, infelizmente, nunca conhecem esse mundo, convivem toda a vida com o lado mau. É justo? Não sei bem. Acho que, por vezes, não sabemos o que fazer com a vida. À nossa disposição, ela passa por nós e nem nos apercebemos que envelhecemos. Com o bom e com o mau, ou o menos bom.
Mas é tão belo estar vivo.