terça-feira, abril 23, 2019

Proporcionalidade

Há quem se esconda e chame aos seus problemas por resolver, de proporcionais, sendo que é uma questão de proporcionalidade relacioná-los com os problemas que se passam no resto do mundo.

Como se se pudesse comparar por vários e diferentes motivos como a fome, a pobreza, a guerra, a violência quando são outro tipo de problemas.  Certo que são graves,  no entanto, não se podem incluir no mesmo saco.

Nem posso afirmar e querer pensar que toda a gente tem a mesma perspectiva e veja da mesma maneira.

Assim,  ninguém resolvia os seus problemas pessoais. Toda a gente ficava refém deles. E não se avançava na vida. Não se avançava no mundo.  Feliz ou infelizmente a vida acontece. O mundo acontece.

A resolução dos problemas de cada um são encarados na medida da sua coragem, da sua vivência e da sua capacidade de os querer resolver, i.e. em cada indivíduo. E se têm ou não a devida  importância para a sua vida. Ou se a sua vida depende disso. Ou se isso acrescenta algo de tal forma que a completa.  Essa é a grande verdade dentro de cada um.

Não se pode desculpar a sua não solução com o facto de se invocar a proporcionalidade dos outros problemas e tão mais graves.
Isso surge como uma tentativa de desvio de atenção para não se resolver os nossos.
Claro que não se pode nem se deve descurar os verdadeiros problemas do mundo. Como a fome e a guerra e os desastres naturais, mas só os invocamos numa situação destas para justificar a falta de solução dos nossos.
Pois fica bem importarmo-nos, no entanto, nenhuma ou pouca gente faz, verdadeiramente, algo para que eles diminuam. Simplesmente, parece bem fazer-se notar aos outros, importarmo-nos com isso.

Mas importarmo-nos com isso, verdadeiramente, e que faça a diferença, contam-se pelos dedos.
Ninguém consegue admitir  a expiação dos seus erros e pecados.

E por piores que eles sejam em detrimento dos nossos, se os relativizamos é porque não são assim tão importantes.
É porque conseguimos conviver com eles, é porque não nos incomodam, é porque a nossa sobrevivência não depende deles, e jamais queremos resolvê -los.
E como tal não são problemas. São apenas questões simples que fazem parte da história e que são pequeninas e obscenas.
A importância é diretamente proporcional à relativização que lhes damos.

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